EDIÇÃO 93 - ABRIL/2008


EDITORIAL

Um punhal que fere

O artigo V da Constituição Brasileira, que garante o livre exercício de práticas religiosas representa para os Africanistas um punhal de dois gumes entre benefícios e consequências. Mas, até onde vai essa tal liberdade religiosa?
Esse artigo foi acrescido na reforma constitucional de 1984; durante décadas Afro-umbandistas foram perseguidos, discriminados pela polícia; os casos de charlatanismo não eram tão evidentes e nem impunes, havia um respeito maior. Também existia uma burocracia que orbitava em torno dos Templos, era necessário cadastro em entidades como federações ou associações - que nomeavam um responsável “vivo” pelo então reconhecido sacerdote(isa), exigiam um conhecimento mínimo de liturgias, Obrigações completas, instalações adequadas para expedir um Alvará de Abertura do Ilê, além disso exigiam disciplina emitir as famosas Licenças de Toques.
Após a elaboração na atual carta magna, e por consequência das facilidades, houve uma explosão demográfica na quantidade de “Prontos”: não há mais poder de fiscalização, nem normas específicas para o Apronte – cada casa define suas liturgias conforme seu ‘fundamento’. No passado, durante anos o filho(a)-de-santo aprendia as comidas, as rezas, os ritos, os trabalhos, o jogo-de-búzios; atualmente sabemos casos de pessoas iniciadas que em alguns meses tornaram-se sacerdotes com ‘orumalé, axés de faca e búzios’, mas quem vai impedilos? A Constituição garante: é Livre!
A lei é dúbia e falha, entre os benefícios, deveria estar a proteção que se “estabeleceu” sobre os Africanistas; desde então nenhuma repressão por parte de órgãos do poder público ou privado deveria interferir nos ritos de nenhum segmento de matriz Africana; mas não é tão simples assim.
Deputados e Vereadores impõem leis que impedem ao africanista uma prática legal de seu culto. A Lei Estadual 11.915 tornou crime o sacrifício de animais domésticos – religiosos foram às ruas para lutar por seus direitos e conseguiram a isenção da lei apenas para animais sacralizados destinados a alimentação (Lei 12131/04 - Decreto 43.252, Art. 3º). No último dia 13/março a Câmara dos Vereadores de Porto Alegre aprovou por unanimidade uma lei que proíbe o despacho de animais mortos nas vias públicas da capital, sob pena de multa em 50 a 150 UFMs.
Diante dessas manobras políticas para acabar com nossos despachos indagamos: até onde vai nossa liberdade? Hoje nos proíbem de colocar animais sob o pretexto da limpeza urbana, e amanhã: será que poderemos despachar o ecó e os grãos?
Até quando viveremos assim, desamparados pela intolerância religiosa que se estabeleceu entre políticos do legislativo e sangrando nas mãos de falsos-religiosos que utilizam a fé como fonte de exploração financeira.
Axé a todos e Boa leitura!







AGRADECIMENTO


O jornal Hora Grande agradece à Mãe Norinha de Oxalá e à Congregação em Defesa das Religiões Afro-Brasileiras–CEDRAB, o presente oferecido contendo DVD com o vídeo: A Tradição do Bará do Mercado, parte integrante do projeto CAMINHOS INVISÍVEIS DO NEGRO EM PORTO ALEGRE, com patrocínio da Petrobrás.Esse vídeo tem grande importância na propagação da religiosidade de Matriz Africana, e fará parte de outro projeto envolvendo um ciclo de palestras ministradas pelo Hora Grande em escolas da rede pública, onde serão elaboradas atividades nos horários de Ensino Religioso durante o ano letivo de 2008.



Ex-ministra entrega cargo após escândalos e abusos




A ex-ministra Matilde Ribeiro foi surpreendida após a revelação dos abusos na utilização de cartões corporativos, através deles eram possíveis compras em qualquer local e até mesmo saques em dinheiro vivo.
A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que R$ 22.405,87 gastos pela ex-ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, com o cartão corporativo do governo não “foram suficientemente justificados”.
Matilde foi obrigada pela CGU a devolver imediatamente R$ 2.920,35, o restante deve ser justificado nos próximos dias.
Entre os abusos: aluguéis de veículos sem a presença da ministra; almoços a terceiros; compras uma loja duty-free de aeroporto internacional R$ 461,16; e despesas com motoristas – de acordo com CGU, Matilde pagou horas extras em 80% das locações. Despesas com diárias e horas extras de motoristas consumiram R$ 52,2 mil em um total de R$ 171,5 mil gastos em 2007.
Em 20 de fevereiro, a pedido do presidente Lula o Dep. Federal Edson Santos – PT/RJ aceitou o convite para comandar o ministério das políticas de Promoção e Igualdade Racial.
“A dívida que a sociedade brasileira tem com os negros ainda não foi resgatada... depois de quase 120 anos do fim da escravidão os negros ainda ocupam lugares desprivilegiados na sociedade brasileira” afirmou Edson na cerimônia de formatura da Unipalmares.

ENTENDA O CASO

A reportagem - 13/01/2008
O jornal O Estado de S. Paulo publica reportagem (leia: ‘Gasto com cartão é recorde na gestão Lula’ e ‘Secretária da Igualdade Racial é líder em gastos’), segundo a qual os gastos com cartão corporativo no governo do presidente Lula dobraram em 2007 com relação ao ano anterior. A edição traz ainda a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, como líder no ranking dos ministros que mais gastaram nos dois últimos anos.

Investigação - 24/01/2008
O Ministério Público Federal no Distrito Federal decide investigar a má utilização dos cartões por ministros de Estado. E o TCU, órgão que fiscaliza os gastos, inicia investigação para apurar se as compras feitas com o cartão eram necessários. Dias depois, a Comissão de Ética Pública pede à Controladoria-Geral da União (CGU) que investigue indícios de crime no uso de cartão em restaurantes e free shops por Matilde.

Sabatina - 3/1/2008
Após denúncias, Matilde é chamada para reunião no Planalto. Governo avalia que situação da ministra é insustentável e ela deve cair. Participaram da sabatina no Palácio os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Franklin Martins (Comunicações) e Jorge Hage (CGU).

A demissão - 01/02/2008
Matilde se reúne com Lula e apresenta carta de demissão. Em entrevista coletiva, ministra diz não estar arrependida e atribui a culpa a funcionários de sua pasta. Ela não revela, no entanto, o que comprou num free shop com o cartão. Anteriormente, assessores haviam confirmado que o uso foi para comprar produtos de consumo pessoal. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, decide cancelar o seu cartão de crédito corporativo.

APROVADA EM PORTO ALEGRE A LEI QUE PROÍBE O DESPACHO DE ANIMAIS MORTOS


O PROJETO
“É proibido depositar em passeios, vias ou logradouros públicos, riachos, canais, arroios, córregos, lagos, lagoas e rios ou em suas margens animais mortos ou parte deles. Multa de 50 a 150 UFMs”.


O FATO
O texo acima é parte do Projeto Lei Complementar nº 4114/07, requerido pelo PASTOR NEOPENTECOSTAL e Vereador Almerindo filho, votado e aprovado por UNANIMIDADE na Câmara Municipal de Porto Alegre e publicado no Diário Oficial do RS em 17 de março.
A proposta altera o Código Municipal de Limpeza Urbana considera ato lesivo à limpeza urbana o depósito de animais mortos em locais públicos da capital.
“Não é incomum presenciarmos, principalmente nos bairros mais distantes do Centro, animais mortos, geralmente domésticos, que são deixados ao longo de avenidas e ruas, em terrenos baldios e em margens de arroios e córregos”, argumenta. O autor do projeto lembra ainda que esse tipo de ato, além do mau cheiro, apresenta-se como risco à saúde.

INCONSTITUCIONAL
Segundo a legislação Brasileira nenhuma lei municipal ou estadual pode sobrepor os desígnios da Carta Magna. Sendo assim, proibir religiosos Africanistas, Umbandistas e/ou Candomblecistas de realizarem ritos envolvendo despachos em rios, matas ou encruzilhadas fere o princípio de liberdade religiosa estabelecido no Artigo V da constituição nacional.

INTOLERÂNCIA OU COINCIDÊNCIA
Mais uma vez um líder político neopentecostal elabora um projeto de lei que tem entre outros objetivos: proibir ou coagir atos comuns em rituais litúrgicos de matriz Africana. Sob o pretexto da saúde pública e conservação da limpeza urbana elaborou-se uma lei, que por “tabela”, impede o Afro-umbandista de praticar legalmente sua religião.
Durante a Exposição de Motivos do projeto o Vereador Pastor Almerindo cita o depósito de vinte cabeças de ovelhas nas margens do lago Guaíba em 2007; além de propor a criação de um biotério.

A OMISSÃO

Apesar de ferir os direitos constitucionais de milhares de religiosos, alguns líderes demonstram-se apáticos ao caso e não farão protestos contra a intolerância e o preconceito estabelecido na lei, argumentam ser contrários ao despacho de animais mortos.

Uma Herança Católica

Durante décadas: prisioneiros africanos foram deportados ao Brasil em porões de navios sob a condição de escravos, eles se originavam de diversas regiões; conseqüentemente reuniram-se aqui membros de tribos distintas, com línguas e costumes próprios – muitas vezes rivais; no entanto, algo era semelhante entre todos: a FÉ nos ancestrais, os Deuses Africanos, os ritos e os ritmos.

Embora as raízes de nossa religiosidade sejam puras, aqui foram aculturadas com outras e sobretudo com a Igreja Católica, que agregou a todos os escritos da Bíblia.
Sem a possibilidade de tocar seus instrumentos e saudar seus Deuses, os africanos e seus descendentes foram absorvendo os ensinamentos bíblicos e caracterizando Orixás tal qual os Santos católicos.

Essa foi a forma encontrada pelos africanos para manter vivo o culto aos Orixás e Inkises, e, como as rezas eram cantadas em dialetos africanos: foi inteligente associar São Jorge a Ogum, ou Iemanjá à Nsa Sra dos Navegantes, mantendo o sincretismo como esteio da religiosidade durante séculos.
Alguns escravos catequizados aceitavam a existência de Cristo; no Quilombo de Palmares - por exemplo - foram encontrados altares com imagens católicas. A mitologia de uma nova religião, Afro-Brasileira, foi transmitida por muitas gerações e até hoje se faz presente no Candomblé, na Nação e na Umbanda.

Outra influência católica nos ritos africanistas é a Quaresma, o período de 40 dias que antecede a páscoa. Durante essa quarentena, o cristão irá se abster de festas, carnes vermelhas e deve jejuar até o domingo da ressurreição. Com isso, durante a escravidão os africanistas ficavam impedidos de praticar seus ritos, criando um costume que se reflete nos dias de hoje: fechar os Pejis no carnaval e resguarda-los até o sábado-de-aleluia, quando se realizam diversos preceitos para iniciação de um novo ano.

Atualmente africanistas dividem-se em dois grupos: os que praticam o resguardo da quaresma (maioria), e aqueles que apesar do respeito não concordam com a mistificação das entidades religiosas nem cultuam os Santos católicos.
A Quaresma é uma herança do tempo em que devíamos esconder nossos Orixás, uma imposição católica sobre a doutrina Africana, mas que atualmente não é vista com a agrassividade do açoite. Entre os religiosos de matriz africana há um grande respeito a fé cristã e períodos pascais são sempre envoltos por ritos e esperanças de uma vida renovada.


Colaboração Victor Hugo

Ogum no Candomblé


No candomblé existe um orixá para cada elemento da natureza, para cada parte do corpo humano, para cada atitude da humanidade. Gostaria, nesse momento, de falar sobre Ogum, para que proteja os mas fracos nesse momento de guerra, já que todos (ou quase) concordamos que ela é desnecessária para a humanidade. Porém, ela esta aí, e daí pedimos a Ogum, que nunca perdeu uma guerra (por ser um grande estrategista e um grande general), que proteja os inocentes, os que são lançados a ela, mesmo contra a vontade, e, principalmente, a juventude, para que perceba ser a paz sumamente importante, como um dia ele (Ogum) percebeu.
Ogum, filho mítico de Oduduá (orixá fundador da primeira cidade do povo iorubá, Ile Ifé), é também rei da cidade de Irê, é aquele que nos protege nos caminhos, com suas facas que cortam o mal. Seu metal é o ferro, ele é também o orixá da tecnologia, pois tinha o dom de transformar a matéria prima em instrumento, como grande ferreiro de sua época. Orixá de frente - depois de Exu - guia as pessoas pelos setes caminhos da vida. Quando contamos com a presença de Ogum, nunca estamos desamparados.

Ogum é um dos maiores imolés (divindades).

Existe um ditado que diz em iorubá:

Ogun Lakaye Osin Imolé,
Ogum o grande imólé
Ogun alada meji,
Ogum que usa duas facas
O fi okan sanko, o fi okan yena.
uma para cortar e outra para limpar o que cortou (abrindo nossos caminhos).
Por isso devemos pedir a Ogum que nos ajude a vencer todas as nossas guerras interiores, os perigos das ruas, dos maus pensamentos, na esperança que o homem perceba que a guerra nunca foi sinal de crescimento, e que sempre a vencedora seja a Paz!

Ogum na Umbanda

Na Umbanda, Ogum é representado por diversas falanges:
Ogum Beira-Mar: Na areia molhada é conhecido como Beira-Mar e nas ondas é conhecido como o sete Ondas. Ele atua rondando a calunga grande (mar, oceano) ou reino de Iemanjá.

Ogum Rompe-Mato: Sua falange trabalha cruzada com Oxóssi, rondando as matas ou também as pedreiras onde é conhecida como Ogum das Pedreiras, e neste caso trabalha cruzada com Xangô.

Ogum Megê: Sua falange é responsável pela ronda da calunga pequena ou cemitério, trabalhando na calçada que o cerca. Lida diretamente com a linha das almas.

Ogum Naruê: Esta falange de Ogum trabalha desmanchando a magia negra, operando dentro da linha das almas, exercendo especial domínio sobre as almas quimbandeiras.

Ogum Matinata: Junto com suas falanges, defende os campos onde se assentam as obrigações para Oxalá, principalmente em colinas floridas. Apesar de rondar os campos de Oxalá, não é a linha que vibra diretamente com este.

Ogum Yara: È a falange de Ogum que ronda os rios, lagos e cachoeiras. É o grande colaborador dos trabalhos de Oxum.
Ogum de Lei: Esta falange carrega a vibração pura de Ogum. Efetua sua ronda sobre o mundo. É a própria lei que rege os reajustes cármicos.

Arquétipo dos Filhos de Ogum

Os filhos de Ogum são impulsivos, combativos, aventureiros, inquietos, explosivos e uns tanto arrogantes.
São conhecidos como muito trabalhadores e, seu sucesso, construído por merecimento próprio. São muito apegados à família e adoram crianças. São egocêntricos e gostam que a vida familiar gire em torno deles. Exigem muito, mas cedem pouco, principalmente no que se refere à liberdade individual. São pouco afeitos a convenções. Gostam de guerra, mas detestam a hierarquia e odeiam controlar o comportamento dos outros, assim como detestam que controlem o seu.Pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado. A coragem é muito grande, a fraqueza absoluta, beirando a arrogância.

Cantigas ao Orixá Ogum - Candomblé de Keto

A wá siré Ògun o
E rù jòjò
A wá siré Ògun o
E rù jòjò e rù jèjè

Ogun nitá euê ré uê
Ogun nitá euê ré uê
Ba Oxossi Okô ri naa lôdê
Ogum nitá euê ré uê

Ògún wá jó e màrìwò
Àkòró wá jô e màrìwó
Ògún pa lépá lonã
Ògún wá jó e màrìwó
E máa tu eiye

Ògún pá lélé pá
Ògún pá ojaré
Ògún pá, ejé pá
Akoró ojaré.

Alácorô élénun alácorô élénun ô
Aê aê aê alácorô élénun ô

A lôgum mejê irê
Aláda mêjê mêjê

Ijá puê lê ijá puê lê ijá
Alácôrô onírê

Colaboração Roni de Xangô - Ogã Axé Ogunjá

Rezas na Nação (Batuque)

Tamboreiro: Ogum adiô ariô noquerê
Resposta: Ogum adiô ariô noquerê
T. Amadiocoli ogum o
R: Erumalé amadiocoli ogum o erumalé
T. Xangô dela oabachãme siogum o oabachãme siaolê ogum
R: Xangô dela oabachãme siogum o oabachãme siaolê ogum
T. O ogum orun odô oamaconi eloaboun anaisô oajabamiô
R: O ogum orun odô oamaconi eloaboun anaisô oajabamiô
T. Ara ogum orum adeô
R: Ariô ara ogum orum odô ariô
T. Erundê acoeiro oleoagareo
R: Erundê acoeiro oleoagareo
T. Ogum ogum afoiba
R: Oamorê amafererê
T. Ogum ogum afabami
R: Oamarô amofererê
T. Iemanjá lupetéo
R: Ogum onira anaisô quererê
T. Sô sô sô
R: Ogum onira anaisô quererê
T. Ogum adaiba
R: Adepá ogum farerê
T. Ogum talabaichorô obecéo ogum o
R: Ogum talabaichorô obecéo
T. Ogum talajó
R: Ogum lai ogum lai ogum
T. Ogum onira oaçéço ebó
R: Ogum onira oaçéço ebó
T. Oromitala de erumalé
R: Oromitala de erumalé
T. Ogum tala de tala ogum
R: Oromitala de erumalé
T. Onira opeê onira opê ogum anirê onira eoateuá ogum anirê onira eoateuá ogum anirê
R: Onira opeê onira opê ogum anirê onira eoateuá ogum anirê onira eoateuá ogum anirê
T. E ogum feremi
R. Ara ogum ogum dê
T. E ogum feriamã
R. Ara ogum ogum dê
T. Ara no arêo ara no aêo eoamafequeué
R. Ara no arêo ogum dê
T. E o amafequeué
R. Ara no arêo ogum dê
T. Ogum ademiô
R. Eléfa tala ademiô
T. Ê e ademiô
R. Eléfa tala ademiô
T. Ogum onira ogum loro ogum dalócha epê ogum onira ogum loro ogum dalócha erumalé
R. Ogum onira ogum loro ogum dalócha epê ogum onira ogum loro ogum dalócha erumalé
T. Ogum dê anirê ire ire ogum ló acaradêo anirê ire ire ogum ló
R. Ogum dê anirê ire ire ogum ló acaradêo anirê ire ire ogum ló
T. Abela muja abela muré
R. Abela muja oquereô
T. Oquereô
R. Aquiçorô
T. Farariri mafara biá mafara biá mafar ogum
R. Farariri mafara biá mafara biá mafar ogum
T. Ogum talajó
R. Ogum ló ogum ló ogum
T. Ogum fará fará fará ogum fará marajó
R. Ogum fará fará fará ogum fará marajó
T. Onira opeê onira opê ogum anirê onira eoateuá ogum anirê onira eoateuá ogum anirê
R. Onira opeê onira opê ogum anirê onira eoateuá ogum anirê onira eoateuá ogum anirê
T. Colulo
R. Oia a bela muja
Gegê
T. Ogum fará fará ogum fará amarajó
R. Ogum fará fará ogum fará amarajó
T. Ogum dae ae ae
R. Ogum dae anaiso
T. Ogum onira alasebó
R. Ogum dae anaisô
T. Ogum abeô ogum anicéo ogum anicéo ogum anicéo ogum
R. Ogum abeô ogum anicéo ogum anicéo ogum anicéo ogum
T.Ogum macá macá cabecine abeô
R. Ogum macá macá cabecine abeô
T. Ogum eléfa lai lai ogum eléfa lai lai
R. É de lai lai lai ogum eléfa lai lai
T. É de lai lai xangô edeuê
R. É de lai lai xangô edeuê
T. Xangô edeuêR. É de lai lai xangô edeuê é de lai lai




Axé Ogunjá reverencia Mãe Iemanjá


O Axé Ogunjá iniciou suas homenagens a grande mãe das águas no passo central do mercado público de Porto Alegre às 9h do dia 1º de fevereiro, com a entoação de rezas, toque dos atabaques. Fitas e flores abençoadas por Iemanjá foram distribuídas pelos Iaôs, Ebômis e Caciques de Terreiros de Umbanda (integrantes do Axé Ogunjá). Os fiéis depositaram junto ao barco de Iemanjá flores, frutas, doces, velas e perfumes. Após encerrar o ato litúrgico no mercado às 17h, Pai Paulinho e seus filhos dirigiram-se ao barracão onde continuaram as homenagens com toque ao Orixá Iemanjá. Ao término do ritual no Ilê todas as frentes, oferendas dos filhos do Axé juntamente com as oferendas entregues pelos fiéis ao longo do dia na capital gaúcha foram levadas ao mar no balneário de Magistério nas primeiras horas do dia 2 de fevereiro. Pai Paulinho de Ogum Xoroquê agradece as autoridades municipais de Porto Alegre pela concessão do espaço e apoio à divulgação do culto africanista, aos filhos que disponibilizaram tempo para auxilia-lo nesta grandiosa tarefa, aos simpatizantes que mostraram mais uma vez que a fé nos leva sempre adiante e melhor.


Marinha libera documentos de oficial negro após 97 anos

A Marinha liberou, após 97 anos, documentos referentes ao marinheiro de 1ª classe João Cândido Felisberto (1880-1969), o “almirante negro”, líder da Revolta da Chibata, e ajudou a localizar sua ficha no Arquivo Nacional. Os documentos agora tornados públicos só haviam sido consultados por oficiais e historiadores da Marinha e usados para corroborar a versão oficial do episódio que acabou com os castigos corporais nos navios de guerra.
A liberação é um fato novo. Durante todo este tempo, os pesquisadores e os filhos de João Cândido esbarraram em negativas da Marinha, que jamais aceitou a elevação dos revoltosos à condição de heróis. O próprio João Cândido nunca conseguiu ter acesso à documentação. Em depoimento no MIS do Rio em 1968, ele reclamou: “... os [arquivos] da Marinha são negativos, João Cândido nunca existiu na Marinha”.
O documento mais importante é a ficha funcional. João Cândido entrou para a Marinha como grumete em 10 de dezembro de 1895, chegou a ser promovido a cabo, mas depois foi rebaixado. Nos 15 anos em que permaneceu na Armada, ele foi castigado em nove ocasiões com prisões que variaram de dois a quatro dias em celas solitárias “a pão e água” e duas vezes com o rebaixamento de cabo para marinheiro.
Não há registro, na sua ficha de 24 páginas escritas à mão, de que tenha sido espancado, como era comum. Extinto em 1889 logo após a Proclamação da República, o castigo físico foi restabelecido pelo Governo Provisório no ano seguinte. A rebelião dos marinheiros em 22 de dezembro de 1910 já vinha sendo alimentada ao longo destes 20 anos, mas só foi deflagrada depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues foi punido com 250 chibatadas. A ficha de João Cândido registra dez elogios e uma promoção a cabo (1903), revogada definitivamente em 1907. O último elogio por bom comportamento é de setembro, três meses antes de liderar a rebelião.
João Cândido participou de dezenas de manobras em toda a costa brasileira, navegou pelos rios das bacias do Amazonas e do Prata e esteve duas vezes em longas viagens pela Europa.


Colaboração Baba Diba de Yemonjá
www.babadybadeyemonja.blogspot.com


O Povo Cigano

Um dos maiores mistérios da força do povo cigano está em um princípio fundamental dde sua existência, a vida e a sua liberdade. Por isso dizem que cigano não tem morada, nada os prendee a não ser a vida, a paz, o amor, a liberdadde, a família a união do grupo.
A força e a magia deste povo, está calçado na força universal, a natureza, por isto a necessidade de estar em contato direto com esta força que imana da terra, da água, do vento, do fogo e do éter. Cada movimento da natureza representa fundamentos na concepção deste povo.
Os astros a energia necessária para a superação das provações da vida terrena, além de auxiliar na busca do equilíbrio e a comunhão com o universo e religar-se com seus antepassados. O Fogo é a transformação das energias, é um espelho da vidência, é o movimento das Salamandras que trazem as mensagens que estão na escuridão de nossa ignorância, é a proteção do frio e de todas as negatividades e perigos. A fogueira nos acampamentos é o coração das caravanas, onde, o seu povo unido a todos os elementos de transformação imanam toda a vibração, a alegria, a energia, o canto, a dança, a união que representa a força do movimento da vida, das caravanas, das cidades, de tudo que movimenta o universo.
Este povo, ao contrário que os não ciganos pensão, possuem sim, normas, leis, códigos morais próprios e de profunda rigidez transmitidos de geração para geração. O respeito aos velhos, pois representam a sua origem e o que é de mais sagrado em um acampamento cigano é as crianças, pois representam a continuidade de seu povo.
Não podeemos esquecer que a LIBERDADE é a palavra chave deste povo. Portanto nada que venha ferir este princípio pode ser aceito em uma tribo de ciganos. Estes mesmos princípios regem todos os ciganos encarnados e desencarnados, não peçam a um cigano que venha ao mundo para praticar qualquer maldade, pois nada será feito, pois este povo conhece mais do que ninguém a lei da ação e da reação e as conseqüências dos seus atos. Tirar a liberdade de um cigano é cortar suas veias e deixá-lo sangrar até morrer na solidão e no abandono no exílio do bando.
Podemos dizer que as leis que regem um grupo cigano são bem mais rígidas e bem mais severas que as leis que regem os não ciganos, como podemos ver diariamente nos jornais: as atrocidades, impunidades e descasos, diante de fato do cotidiano. Não que uma esteja mais uo menos correta. Ambas estão corretas, pois seguem princípios morais e individuais de povos diferentes que se baseiam em valores diferentes.
Muitos mitos são profanados em nome do povo cigano, por ignorância, por preconceito, por falta de informação e por falta de entendimento, pelos não ciganos. A intolerância na compreenção da liberdade e do desprendimento deste povo faz com que muitas falsas histórias sejam relatadas pelos não ciganos que preconceituosamente os definem como “vagabundos”, “ladrões”, “sequestradores de crianças”, “trambiqueiros”, “enganadores”, etc. Tudo isso reflete a ignorância e a limitação dos não ciganos que vivem apegados a coisas que os fazem prisioneiros de seus próprios desejos, riqueza, poder, estatus, prazeres, etc. Enquanto que os ciganos buscam acima de tudo a sua liberdade de ir e vir, a liberdade de seu espírito que se religa a cada amanhecer ao universo. Eles sabem que nadaque é cedido pela natureza é deles, mais apenas cedidos para uso e frutos, emprestados. Portanto, como encontraram, assim deverão devolver a mãe natureza.


Colaboração Cacique Beto Koch do Ogum Yara e Cigano Pablo

Indicador Religioso - Aqui você encontra alguns dos melhores religiosos do Rio Grande do Sul



Riscos do Mediunismo

Impondo-se cada vez mais, no meio dos cultos afro umbandistas, a Exubanda ou Quimbanda, tornou-se um fenômeno social capaz de atrair multidões e encantar fiéis. Acredito que nunca se falou tanto na entidade Exú, como na atualidade. Fascinantes, estes espíritos conseguiram em curto espaço de tempo ocupar lugar de destaque em meio aos vivenciadores das atividades dos terreiros.
Diversas vezes já se ouviu dizer que até bem poucos anos atrás, o espírito Exú e Bombo Giro(popularmente chamada de Pomba Gira ou Exu mulher), se manifestavam ao final das sessões de caridade, realizados pela religião da Umbanda, nos centros. As manifestações destas entidades aconteciam em meio a um clima de suspense e rigorosos cuidados, era a chamada “virada” nos trabalhos. Nestes momentos crianças, senhoras grávidas e pessoas que compareciam pela primeira vez no terreiro eram convidados a se retirarem do ambiente, e aqueles que permaneciam(quase sempre temerosos e curiosos para ver o que aconteceria), eram comunicados de que somente poderiam se retirar da casa no final absoluto da atividade. Por serem espíritos de evolução duvidosa, conhecedores da forma de como manipular os fluídos e construir “milagres”, mas com uma mínima evolução moral e ética, visto sua disposição á “negociação” de favores, até dos mais questionáveis, com os mortais, Exu e Pomba Gira, não se manifestavam em médiuns iniciantes, mas normalmente nos mais experimentados. Os médiuns masculinos jamais recebiam manifestações do chamado “Exu mulher”. A incorporação mediúnica destes espíritos acontecia quase sempre muito rapidamente, não permaneciam mais do que quinze minutos na atividade de descarrego, e eram sempre envoltas numa pruma pesada, devido aos diversos sons que emitiam, remetendo a idéia de que vinham de uma esfera opaca e sombria, deixando claro a diferenciação entre o nível espiritual de “Esú”(Obará) Orixá, e o Exú andarilho ou mundano, o “Exud” da pronuncia judaica. Comumente o “marafo de Exú” era despejado no chão puro, de onde o aspirava para realizar os borrifos, iluminados por velas de sebo, as quais ingeriam no final, se não fossem contidos pelo sacerdote do templo. Este ritual tinha como objetivo precípuo a limpeza energética do ambiente, onde já haviam trabalhado Pretos velhos e Caboclos.
Costumo dizer que nas religiões como um todo, não existem fundamentos antigos ou modernos, por darem norte a uma crença, são intocáveis e imutáveis.
Digo isso, considerando a mudança no comportamento e no tratamento, dispensado para estas entidades, no âmbito ritual das casas de religião, a partir do momento em que algum sacerdote, sabe-se lá por que motivo, passou a estimular a permanecia destas manifestações por mais e mais tempo, chegando as raias de constituir sessões somente para este tipo de incorporações, e finalmente chegando ao ápice, com festas de variadas grandezas.
Se avaliarmos que estes hábitos rituais passaram a acontecer em torno dos últimos vinte anos, observaremos que foi este o tempo que os Exus mundanos deixou de se manifestar na forma de um “faxineiro” espiritual(se é que assim podemos imaginar), dirigidos pelos luminares da Umbanda, para assumirem a condição de “reis e rainhas” manifestando-se com soberba e finesse. Perdoem-me os que pensam diferente, mas insisto em acreditar que em tão poucos anos, considerando-se a consciência da passagem do tempo para os espíritos desencarnados, esta transformação evolutiva não teria tempo hábil para ter acontecido. Não vou elencar aqui questionamentos sobre o objetivo religioso sócio-comunitário ou quais os princípios básicos da religião da Quimbanda, ou a metodologia observada para dar amparo mediúnico e psicológico aos médiuns em desenvolvimento para esta atividade, e nem questões como os rituais criados para servir a estes espíritos, quase sempre os aproximando dos ritos da Nação ou do Candomblé, chegando, alguns, a citá-los como “meu pai Exu”, ou “minha mãe Pomba Gira”, e pasmem os leitores, isso acontece muito mais do que se imagina. Outro fator que chama a atenção, são aspectos outrora descartados, como a manifestações do Exu mulher em médiuns masculinos, comumente homoafetivos, e a postura clássica e aristocrática das entidades, quase todos apregoando terem sido, em matéria, membros de uma realeza da qual não oferecem dados comprobatórios ou de pesquisa.
Deixo claro que os comentários que faço, não tem o objetivo de macular a fé ou transformar os conceitos de quem cultua este tipo de trabalho de mediunísmo, como religião. Simplesmente estou transcrevendo um relato, do que presenciei, pesquisei e acompanho sobre esta questão há longos anos.
Mas, entre todas as análises que se possa fazer, em torno deste tema tão cheio de interpretações diferenciadas, o que mais preocupa é a questão mediúnica e psicológica, dos medianeiros desta manifestações espirituais.
Como disse acima, o culto a Exu é levado a se aproximar, cada vez mais, de religiões como a Nação e o Candomblé. Isso, se não for bem administrado e esclarecido, pode colocar em risco a saúde mental e incutir nos médiuns despreparados ou desconhecedores da gravidade do ato que vão desempenhar, a errada idéia de que o fenômeno da manifestação de Exu ou Pomba Gira, não dependa de educação disciplinar e preparação psíquica e mediúnica, e que o fato poderá acontecer de forma repentina ou naturalmente. Nas religiões de expressão mais africanista, existe uma preocupação forte com a manifestação do chamado “vento”, uma forma inconsistente de transe. Da mesma forma, acredito, que a falta de uma preparação adequada para o desenvolvimento do transe quimbandeiro possa dar vasão a transes de animismo(mistificação não intencional), ou de entidades mentirosas ou enganadoras, atraídas pelas efervescentes vaidades humanas, presentes em alguns casos, ou pelos ofertórios entregues a satisfações dos vícios humanos do fumo e do álcool, entre outros muito apreciados pelos Exús, ao demais, para que um transe mediúnico de incorporação aconteça, é indispensável que o cérebro do medianeiro esteja em perfeito equilíbrio para o relaxamento pela concentração, o que permitirá a manifestação em nível consciente(a grande maioria dos médiuns que se incorporam na Umbanda ou Quimbanda), semi conscientes ou inconscientes(uma minoria absoluta). A ingesta de substâncias, como bebidas alcoólicas, durante os rituais, desfavorece o poder de concentração, logo enfraquece a sintonia entre a entidade e o médium, e o fato pode levar a situação onde já não é mais o espírito, mas sim o médium agindo por conta própria, auto sugestionado por sua consciência mediúnica, ou induzido por outra ordens de espíritos desditos. Cada vez mais, é imprescindível que os sacerdotes busquem informações que norteiem as atividades espirituais que realizam, e orientem seus seguidores sobre a gravidade do ato de se envolver com os mistérios da espiritualidade, em especial com estas entidades tão a margem da visão religiosa comum, visto que serão responsabilizados espiritualmente, pelo bom ou mau uso que fizerem de suas possibilidades de trabalho no intercâmbio com a espiritualidade. É preciso haver, também, nas casas de Exubanda, interesse por parte dos trabalhadores, em conhecer os objetivos úteis, e qual o benefício energético que terão no envolvimento com estes espíritos. Dizem que “sem Exu não se faz nada”, mas que se faça com consciência e conceitos bem formados sobre o que se esta fazendo.


Colaboração Pai Mozart de Iemanjá
mozartiemanja@bol.com.br


Pedra Redonda em Porto Alegre é um grande reduto da religiosidade Africanista


Poucos lugares no Brasil têm um pôr-do-sol de beleza tão privilegiada quanto o Rio Guaíba. Para muitos gaúchos a riqueza do local não está apenas na aurora; existe uma espiritualidade, uma magia que habita ali.

Aos adeptos de religiões afro-brasileiras o Guaíba representa também um elo de ligação entre o culto e as entidades. Nas margens do lago são realizados preceitos de Candomblé, Nação, Umbanda e outras linhas espirituais.

O freqüente uso por parte dos africanistas gerou alguns problemas, entre eles o depósito excessivo de despachos, oferendas e animais sacralizados. Como solução consensual - entre os praticantes - ficou determinado que a praia da Pedra Redonda seria um local mais discreto para trabalhos maiores e/ou com animais.

As enormes rochas do local também permitem homenagens ao Orixá Xangô, e o pouco acesso de pedestres faz com que haja privacidade aos hábitos religiosos.
No entanto, a segurança também é ausente, além da parca iluminação noturna; seguidamente encontramos pedintes e moradores-de-rua nas espraiadas do Guaíba. Muitos casos de assaltos foram registrados na delegacia local.

Em nossa última visita, registramos alguns utensílios como alguidares, bandejas laminadas, papéis celofane e plásticos na areia, além de cabeças de aves, penas, e couros de caprinos. Infelizmente, nem todos religiosos possuem consciência ecológica em seus despachos.

Apesar da limpeza diária do DMLU, não existem lixeiras nem locais específicos para lixo.
Por isso, solicitamos ao poder público municipal uma maior atenção aos locais de culto das religiões afro-umbandistas. Tornam-se necessárias: além da iluminação e segurança, lixeiras para coleta de materiais recicláveis.
As margens do Guaíba sempre foram e sempre serão um local de muito Axé a todos que crêem e praticam religiões afros.


Colaboração Victor Hugo


Ser ou não ser... Eis a questão


Tendo em vista a polêmica levantada aos textos criados por religiosos falando de outras nações que não a sua, percebi conflitos de identidade em alguns leitores e seguidores do africanismo, especialmente aos mal esclarecidos sobre a Nação a qual pertencem.
Sou integrante da Nação Cabinda desde minha iniciação há quatro décadas.
Somente exponho, discuto, questiono, debato a minha Nação. Com grande maestria do aprendizado que tive junto ao meu Babalorixá Pai Cleon de Oxalá Elefan – a bandeira a qual pertenço, a Bacia de Oxum Pandá Olobomi de Mãe Palmira Torres, filha de Valdemar Antônio dos Santos, Valdemar de Xangô Kamuká; Babalorixá que trouxe o culto de sua Nação para o Rio Grande do Sul, vindo da África da região de Cabinda.
Pai Valdemar instalou-se em Porto Alegre, era um homem simples, com seus seguidores, não fazia ostentações de nobreza, era o grande conhecedor do culto a Xangô Kamuká, não posso dizer que o conheci – nem se tinha o apelido de Gululu, pouco conheci Mãe Palmira de Oxum e sua última esposa Mãe Otília de Ossãe Tolá.
O que posso afirmar é que Xangô Kamuká é o Rei da Nação Cabinda e somente a esta nação pertence; atua em diversas áreas como, por exemplo: saúde, trabalho, negócios, doenças, etc.
Cabinda é a maior das Nações Africanistas, e é regida por Eguns, aos quais primeiramente ofertamos Obrigações e somente após esta liturgia estaremos liberados a ofertarmos Obrigações aos Orixás.
Por isso, após a partida para Orun de Pai Waldemar de Xangô Kamucá seu Orixá Xangô Kamuká passou a ser cultuado no Balé por sua representatividade, o que não o transformou em um Egun.
Quanto aos fatos de não realizarmos Obrigações no Ori de nenhum filho de Xangô Kamuká e nem permitirmos o transe deste Orixá (ocupação ou incorporação), o fizemos por respeito as nossas raízes e em especial ao nosso patrono Pai Waldemar.
O que tem confundido muitos adeptos do Africanismo são as misturas das nações ex: um indivíduo é feito em outra nação, seja ela Gêge, Ijexá, Oyó ou Nagô, e ao passar a integrar um Terreiro de Cabinda, esta pessoa passará a ser membro, deverá cultuar os Orixás, seguir os fundamentos e regras exclusivas da nação Cabinda e a sua nação de origem deixará de ser praticada e cultuada, sob pena do enfraquecimento do Axé e o seguro despreparo do futuro religioso.
Acredito que, grande parte das polêmicas que tem ocorrido ultimamente no Africanismo se deve também as discussões estabelecidas em locais impróprios como orkut.
Ao utilizar este espaço, afirmo ao público leitor que estou embasado no conhecimento de uma raiz respeitada em nossa comunidade e que minha opinião assemelha-se a muitos de meus irmão do Culto de Cabinda.
Aos veículos de comunicação gostaria de humildemente solicitar aos seus jornalistas que apreciem e busquem conhecer mais sobre os assuntos, antes de suas publicações. Evitarão assim desconforto aos leitores e preservarão os conceitos básicos da nossa religião.
Que Xangô Kamuká nos abençoe com um Bom Axé de vida, saúde e prosperidade.


Colaboração Pai Luiz Carlos de Oxum (foto)


Comunicado

Os Babalorixás Roberto de Oxalá e Tiago de Oxalá informam a comunidade africanista que não fazem mais parte do empreendimento Artesanato dos Orixás. Agora dirigem o Atelier Orix@s.com, com sede própria no endereço abaixo anunciado.

Dia Mundial da Água em São Leopoldo


A SEMMAM de São Leopoldo através de ato inter-religioso dia 20 de março, chamou atenção da comunidade para a preservação da natureza, o cuidado da água, nosso bem maior “Água Fonte da Vida”.
A solenidade teve início às 9h na ponte 25 de Julho sobre o Rio dos Sinos com palestra religiosa. Membros de varias religiões acreditam que através do fortalecimento da fé a preservação da natureza seja vista com mais força. Na ocasião participaram deste ato solene os religiosos Pde José Ivo Follmamm (repres.), Ver. Jessé – Igreja Episcopal, Pde José Correa – Igreja Católica Apostólica Romana (Paróquia Nª Srª da Conceição), Dir. Espiritual José Bandeira – Movimento Espírita S. Leopoldo, Babalorixá Dejair de Ogum – GEDIREC Unisinos/Ilê dos Orixás, Babalorixá Giovani de Oxalá – Ilê Oxum e Oxalá
Associação Afro Umbandista de São Leopoldo representada por: Pai César de Ogum (presidente), Mãe Andréa de Oxum (vice-presidente), SEMMAM representada por: Sr. Júlio Dorneles – Chefe de Gabinete, Srª Adriane Centenário – Dir. Educação Ambiental, Sr. Giovani Souza – Assessoria Comunitária.
Atividades desenvolvidas durante o evento:
Aulão de ginástica – Movimento da 3ª Idade
Apresentação de aulas de canoagem – Grupo infanto Juvenil
Bênção das águas pelos sacerdotes do grupo inter-religioso
Plantio de mudas de árvores para o reflorestamento as margens do Rio dos Sinos.







Coluna dos E-mail's

Pai Ademar de Oxalá - paiademardeoxala@yahoo.com.br
Mãe Andréa de Oxum- andreathurler@bol.com.br
Pai Alexsandro de Oxalá - bahiadexango@brturbo.com.br
Bel’Axós Confecções - belaprendaaxos@hotmail.com
Bruxa Helena da Mulambo - helenaxss@yahoo.com.br
Bruxo do Milênio- bruxodomilenio@hotmail.com
Pai Carlos de Odé - crlsfilhodofogo@hotmail.com
David Hugo de Xapanã - davidhugo.sao_leo@hotmail.com
Pai Duda de Ogum - paidudadeogum@paidudadeogum.com.br
Pai Giovane de Oxalá - gigiusouza@bol.com.br
Giade de Oxum (Itália)- giadaviana@hotmail.com
Cacique Elói - caciqueeloi@gmail.com
Pai Fabiano de Oxalá - fabianodeoxala@bol.com.br
Mãe Fernanda de Iemanjá - fernanda.iemanjá@terra.com.br
Pai Jaime de Oxalá - paijaime@deoxala.com.br
Leandro-Flora Maré(Tramandaí)- calabrezleandro@hotmail.com
Pai Luis Carlos de Oxum - pailuizcarlosdeoxum@terra.com.br
Pai Mozart de Iemanjá - mozart.iemanjá@bol.com.br
Pai Marcelo de Oxalá - www.virtualist.paimarcelo.com.br
Pai Marcio de Ogum - www.paimarciodeogum@terra.com.br
Pai Nilsom de Oxum - nilsom@pop.com.br
Alabê Richard de Ogum - richarddeogum@ig.com.br
Pai Rudy de Oxalá - rudic@bol.com.br
Alabê Roger de Aganjú - rogerdeaganju@bol.com.br
Pai Sérgio Tadeu de Ogum - sergiotadeudogum@ig.com.br
Pai Valter de Oxum - vtfraga@terra.com.br
Mãe Tati de Oxalá - casadabruxa_13@hotmail.com
Tiago de Bará - alabe.tiagodebara@ibest.com.br
Pai Sérgio de Iemanjá - srochacarvalho@ig.com.br
Pai Tonho de Iemanjá - tonhodeiemanja@zipmail.com.br
Victor Hugo de Oxalá - victorhugo.hg@hotmail.com
Zé de Oxum (Exu Meia Noite) - sturza@br.turbo.com.br
Jornal Esotera (RJ) - jornalesotera@walla.com.br
Escola de Umbanda Zimba- escoladeumbandazimba@gmail.com

Para publicar gratuitamente seu e-mail, blog ou
site neste espaço escreva para o endereço:

horagrande@yahoo.com.br

Uma Questão Racial

No Brasil discute-se muito a questão racial, o processo de exclusão que a comunidade negra sofre a partir do processo de escravização de seus ancestrais. Hoje diversos dados de pesquisas de órgãos oficiais são divulgados versando sobre as desigualdades ditas “sociais”, cujo termo é mais uma forma de mascarar o racismo velado que é uma característica do povo brasileiro.Porém, este racismo velado passa a ser revelado quando a comunidade negra põe em pauta as desigualdades, cito como exemplo a recente discussão sobre cotas na universidade ou o próprio processo secular da “intolerância religiosa” ou por que não dizer, racismo contra as Religiões de matriz africana, em que imediatamente a sociedade se manifesta dando o seu claro pronunciamento contrário, mandando o recado que lugar de negro é na senzala. Isto é reproduzido diariamente pelas “Redes Globo” da Vida, através de novelas onde negros e negras ocupam papéis subalternos ou de vilões, ou como objetos sexuais para o branco(a) filhinhos de papais. Isto caiu no imaginário social, o padrão de beleza brasileiro é o padrão branco, as loiras e loiros de olhos verdes e azuis que são grandes empresários (as) e modelos , e todos nós somos “educados” dentro destes padrões ocidentais que nada tem haver com a nossa Cosmovisão ou Visão de mundo africana que trabalha a igualdade, a coletividade, o respeito aos mais velhos e aos mais novos e tantos outros valores civilizatórios ignorados por esta sociedade. A maioria dos nossos irmãos passam a vida tentando conseguir um lugar ao sol seja nas escolas, universidades e no mercado de trabalho e tudo isso é sempre negado e vem a custo de muita humilhação, isto tudo pelo fato de ser afrodescendente e por conta dos citados padrões de beleza e inteligência racista. Por isso trabalhamos sim no terreiro a questão da identidade negra em nossas crianças conscientizando da importância da estética, ou seja forma de vestir, de usar o cabelo de gargalhar como fator preponderante e agregador de formação de uma identidade positiva para que jamais tenha vergonha de dizer: “EU SOU NEGRO(A) SIM!” e fazer frente a este racismo que resiste e insiste no Brasil, que possui 50% de sua população negra e tenta manter na invisibilidade não só os negros como o papel que ele teve e tem na construção do País e no acúmulo de suas riquezas.
A recente pressão sofrida que resultou no pedido de demissão da sempre Ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro por conta do uso dos chamados cartões corporativos é uma demonstração deste racismo a exemplo da Ex-Senadora Benedita da Silva, pois duvido que se fossem feitas devassas nos diversos cartões corporativos distribuidos à todos os ministérios, que alguns deles possa ter utilizado-os unica e exclusivamente para o fim ao qual ele se destine.

Colaboração Baba Diba de Yemonjá



FELIZ ANIVERSÁRIO



Reuniões CEDRAB

A Congregação em Defesa das Religiões Afro-Brasileiras – CEDRAB informa que as reuniões semanais reiniciarão em Abril, nos Altos do Mercado Público, em Porto Alegre.


Caça-Palavras Afro-Brasileiras



ABARÉ – Médium já desenvolvido. Sacerdote de qualquer religião.
ABOEJU – Vodum jovem, masculino, de linha jeje, cultuado no MA.
AMORÔ – Cargo da primeira sacerdotisa ou primeira samba em candomblés de influência angola-conquense.
ANDERÉ – Comida votiva de Nanã. É um vatapá de feijão fradinho.
COROA – Conjunto de orixás e entidades de um médium, santos que ele “recebe e que o protegem. Quando são poderosos e incomuns, diz-se que o médium tem uma “coroa bonita”.
FILHO DE FÉ – designação de adepto da Umbanda.
GARRAFADA – Remédio à base de ervas maceradas em aguardente, preparado por curandeiros, aceitado para qualquer doença. Outrora, muitas vezes com ervas venenosas, era ministrado, mediante boa paga, a desafetos do pagador.
INHAME – Planta dioscorídia, cujo tubérculo é comestível, mais comumente como farinha. É abundante em regiões tropicais. Entre os iorubá, são consagrados a Oxaguiã, o orixá dos inhames novos, e aos espíritos ancestrais.
OLHO DE BOI – Arbusto trepador leguminoso. Segundo outros é a semente da palmeira brasileira tocumã, da qual há várias espécies. A fava é usada como amuleto e em muitos “trabalhos” de terreiro.
PANDOMÉ – Peji, altar dos voduns, em candomblé jeje.
PIAU – Frango preto para ser empregado em feitiços.
QUARTINHAS – Vasilhas de barro, de determinada forma, onde são colocados, no peji, os líquidos para os orixás ou para as entidades. Algumas de tamanho grande, contém os “assentamentos” de orixás e, por vezes, são cobertas com as roupas dos mesmos.
RUNJEFE – Colar de contas vermelhas e contas redondas ou cilíndricas de coral. É usada pela filha de santo, somente após sete anos de “feita”, em candomblés jeje e, na Umbanda, após um ano.
SARAPEBÉ – O mesmo que cambono, pessoa do terreiro encarregada de tratar da alimentação dos Eguns.
UMBAÚBA – Planta de Iansã. A ela se atribui a propriedade de afugentar espíritos obsessores e proteger contra más influências espirituais.




Unipalmares forma a primeira turma sob aplausos e condecorações


Cento e dez formandos em administração de empresas negros e dezesseis brancos receberam dia 13 de março, no ginásio do Ibirapuera (zona sul de São Paulo), os primeiros canudos da Unipalmares, a universidade “que era uma portinha e duas salas na Armênia”, nas palavras dos próprios alunos.
A cerimônia teve a participação, apenas no palco, de seis ministros, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), do governador tucano de São Paulo, José Serra, do ex-governador Geraldo Alckmin (paraninfo), da secretaria de Estado do Rio, Benedita da Silva (paraninfa), e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o patrono da turma, além de outras autoridades, como o senador Cristovam Buarque (PDT) e Eduardo Suplicy (PT) na área vip.
Além do diploma na mão, os estudantes celebraram os empregos que conseguem. Dos 1.700 alunos da universidade, 85% deles estão empregados. Entre os formandos, 40% trabalham em bancos como Itaú, Santander e Real graças a convênios firmados. “Paga bem sim”, resume Roberto Cláudio Batista, 29, funcionário do Bradesco.




Africanista de Gravataí é premiado no Atelier Marco Axós


Um africanista de Gravataí foi premiado com Axó sorteado pelo Atelier Marco Axós no dia 22 de março. Peterson A. da Silva foi contemplado entre dezenas de participantes que enviaram seus cupons à urna. O próximo sorteio será realizado dia 10/Maio, uma linda almofada personalizada.
Preencha o cupom e participe!...



FELIZ ANIVERSÁRIO

Marcos e Sandra celebraram com muita alegria, em fevereiro, o primeiro aniversário do Atelier Marco Axós

CEUCAB promove 1º Ritual de Lavagem dos Pés na cidade de Canoas


Com o objetivo de oferecer Axé para a caminhada do dia-a-dia na busca de novos ideais, em um exercício de humildade entre líderes religiosos afro-umbandistas foi realizado no dia 22 de março, o 1º Ritual de Lavagem dos Pés na cidade de Canoas.
O evento foi organizado pelos Babalorixás Julio d'Bokum e Jorge de Oxalá, recebeu o apoio do Conselho Estadual de Umbanda e dos Cultos Afros no Estado do Rio Grande do Sul CEUCAB, e foi realizado na Praça do Avião.
Participaram do ritual de lava-pés os sacerdotes: Julio d'Bokum, Jorge de Oxalá, Eloá e José Maracheski, Everton do Preto Velho Pai Tomé, entre outros e praticantes umbandistas, também esteve presente Marcos Rosa, diretor da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
“Tudo que existe a nossa volta é amor e união, todo mundo precisa um do outro... juntem-se a nós e nunca estarão sozinhos” afirmou Pai Jorge entre agradecimentos ao final da cerimônia.

www.ceucabrscanoas.com.br